quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Sacoleira do Saber

Retiro-lhe
Um sorriso
Quase uma
Gargalhada
Por conta
De minha
Irreverente
Definição

A bolsa plástica
À tiracolo
Esperança
De encontrar
O interlocutor
Desta dádiva
Onde Deus
Criou um
Método

Salvar
Vidas
Instituições
Agremiações
Pessoas
Da mediocridade
Nos papéis
Exercidos

Penosos
Encargos
Mutilam
O prazer
De
Perceberem-se
Vivos
Felizes
Livres

Que trazes
Mulher
Na sacola
Em
Tuas mãos?
Sonhos
Possibilidades
Mistérios
Cores
Flores
Cheiros

E tudo
Quanto
Transformará
Tua vida
Na itinerante
Mania
De
Melhorar

“Se ouvir sininhos”.
É porque entraste, para a tribo.

“Tem mulher sou a favor”,
aguarda por todos.
Um Dia Mania

Outro Natal!
Retomo
Meu nome
Maria.
Guardo
O apelido
Minaco
Na gaveta
Dos achados

Agasalho
Prazeres
Sonhos
Ternura
Busco
Nas flores
Encanto
Formato
Paixão

As dores
Talvez
Descarte
Refazendo
O desenho
Sinuosa
Curva
Vertigem
De
Muito prazer

Mostro
A maneira
De procurar
A doce
Magia
Um dia mania
Mania
de
Melhorar

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

João Batista de Andrade - O Jota Bê (JB)

Prematura morte de um ícone de nosso município. Niterói chora!
Meu amigo, meu colega, historiador, advogado dos despossuídos. Um ser humano irrepreensível.
Vou tentar viver sem esta referência de insistente militante das causas impossíveis.
Meio santo, um tanto capeta, irrequieto, o maluco João, morreu!
Sua defesa inegociável pelo socialismo. Suas barbas revolucionárias permanecerão simbolizando a indefectível razão de estar no mundo.
Inspirador de vocações para seus amigos, alunos, companheiros, parceiros políticos.... A maioria das vezes incompreendido. Sempre tenaz em função da batalha contra a opressão.
Sua fita na cabeça, simpatia contra as terríveis enxaquecas que não lhes tiravam o bom humor e o otimismo de que poderia mudar o mundo e, as consciências dos poderosos em favor das massas.
Homem de muita sedução, virtude comprovada nas paixões que despertava; paixões nobres mais também indecentes desejos de luxúrias. Suas manias surpreendiam e, as vezes incomodavam aos que, por conta de convenções, reprovavam seus arroubos extravagantes.
A sua vida foi como sua morte: uma interrogação, uma exclamação do contra-senso.
A bicicleta que o fez militante-candidato do recém criado PSOL de Niterói, encantando a todos com sua campanha simples e limpa, como foi a maneira singela de seu viver, o desapontou na hora que o deveria salvar. O choque de culturas da velocidade com a pedalada foi fatal e nos deixou a todos sem a sua presença.
Este Natal dedico a você JB. E, esta poesia é um preito por toda a amizade que tivemos.
Maria do Carmo