segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal Sem Precisar Ser Natal

Desde muito
Cedo
Em minha vida
Discordei!
Natal é o que?
Uma mera
Deferência
Ao ego coletivo
Onde
Nada justifica
O nonsense
Do consumo

Porém
Louvo
Jesus Cristo
Salvador
Menino nascido
Em humilde
Estrebaria
Sem dúvida
Sofre
Com a distorção
Do projeto Divino
Em Belém
Da Judéia

O que percebe?
Hipocrisia
Vaidade
Glutonaria
Ostentação
Confusão
E tantas outras
Banais atitudes
Dos compradores
Vorazes
Por presentes
Pr’a  quem?

Natal 2013
Funeral 2013
De Madiba das crianças
Africanas como ele.
A humanidade
Ficou órfã
No adeus
À tal sublime
Liderança
Ícone e suporte
Das nobres
Aspirações
De incontáveis
Gerações

Em prisão
Foi o mais livre
Cidadão do mundo
Resistindo
Com firmeza
À injustiça
E aos princípios
Inegociáveis
Pois
Sua perseverança
Deixou
Perplexos
Os poderosos
Donos do Mundo

Ao voltar
Dos 27 anos
De reclusão
Forte e digno
Confundiu
Algozes e carrascos
Ao reiterar
Ideais
Liberdade
Igualdade
Fraternidade
Honra

Tudo
Estampado
Na altivez
Sem pompas
De poder
Mantendo
Intocável
O carisma
Iluminado
Desta gentil
Personalidade
Da história

Sua morte
Surpreende
Por sepultar
O tradicional
Chorar das massas
E fazer
Brotar alegria
Verdade, compromisso
E luta
Carimbados
No seu
Exemplo de Vida

Tal Legado
Inexorável
Tributo
Ao bem
Estimula e ressuscita
Nos corações
Em todo Universo
A vontade de insistir
Plantar
A semente
Da esperança
De um planeta
Melhor

Paz
Nelson Mandela
Emblema
Da Democracia
E do definitivo
Não ao Apartheid
Sua existência
Significou
Inspiração
Magia
E encantamento
Para
Os incontáveis
Admiradores
De sua coragem

Dezembro de 2013
Rebeldia
Ao consumismo
Natal sem precisar
Ser natal
Morte
Ao egoísmo
À ganância
Ao desperdício
À comilança
Porquanto
Estão abandonadas
Populações inteiras
Cruelmente atingidas
Pela dor

Perdas
Irreparáveis
Humilhações
Amparadas
Nas mentiras
Panfletárias
De crescimento
E prosperidade
Do Mercado

Desarmem
As árvores
De Natal
Inúteis
Desarrumem
Os palácios luxuosos
Recolham
Enfeites alienígenas
Solidariedade
Urgente
Àqueles
Que assistem
Impotentes
Sonhos, pertences
Memórias
Vidas
Serem arrastadas
Nas sucessivas
Tragédias
E enxurradas
Sem fim

Políticas obtusas
Com vistas
Às  vantagens
Lucrativas
Exigem de todos
A volta
Do desejo
De dizer
Não
Aos embustes
Publicitários
“de um novo tempo”
Para enfim
Liberar
Um verdadeiro
Espírito de Natal

Eis um libelo
À Nelson Mandela

Para sempre!!!

Esta poesia é uma homenagem

Póstuma:
À Marita – minha mãe
À Geraldo - ADI-  meu irmão
À Tia Maísa - minha cunhada - representantes de uma geração onde riqueza era o resultado natural de trabalho honesto e árduo.

De gratidão:
À minha amiga Mariana Erthal Mello cuja generosidade ultrapassa o significado da própria palavra. Sempre está presente nas horas de aflições de mim e Lia Paula.

De orgulho:
À Lia Paula, minha amada filha - sobrevivente legítima das injustiças do Plano Real

De louvor: A Jesus Cristo o Amigo De Todas as Horas à quem o Natal pertence.
Amém e Amém!