quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

  • O Canto de Amor por Niterói

    As Eleições Municipais sempre coincidem com a realização dos Jogos Olímpicos. Não foi diferente do ano de 2008. Seu lema – Um Mundo, Um Sonho – inspirou atletas campões ou não. Plantou a semente da paz, da união.

    E as Eleições Municipais qual é a sua inspiração? Alguns candidatos falam em futuro, outros em providências urgentes. Só uma campanha coloca como meta a “União Por Niterói”. Será simbólico? Pode representar uma aspiração da população de Niterói; sua exigência maior: A paz entre o centro e a periferia.

    Eleições Municipais deveriam atentar para a coincidência de sua liberação para dar início à divulgação, ser na época em que se realizam os Jogos Olímpicos. Quem sabe, se inspirassem nos ideais nobres que os atletas cultivam e praticam. Talvez nem percebam, os candidatos sobre este paralelo jogo. Assim fosse, talvez aprendessem as lições de competência, seriedade e convicção, essenciais para atingirem objetivos; a exemplo dos atletas olímpicos. Aliás, uma medalhista é niteroiense. Pela primeira vez é entregue uma medalha feminina na prova de iatismo. Que bom!

    O Espírito Olímpico seduz, envolve e enfeitiça quem o acompanha. É como se um sortilégio capturasse os nossos sentidos, tornando cada um de nós, um mago da poesia. Como se cada detalhe que os corpos atléticos expõem, provocassem sensações inconfessáveis. Cada músculo, um poder. Cada movimento um embalo. Cada esforço uma motivação. Em toda vitória, o êxtase do prazer.
    De quatro em quatro anos – Um mundo, um sonho. E, com ele, a esperança de erradicar o pesadelo da intolerância entre os povos dominados pelo desespero do Hades, provocado por gestores insensíveis.
    No Olimpo o encantamento.
    Na Terra o horror
    Na sabedoria humana a obrigação de acertar.

    Na política é preciso observar. Há líderes. Há estadistas. Ambos defendem ideais da humanidade. O valor de cada categoria é indiscutível. Mas, a sutil diferença entre o líder e o estadista, é a afirmação da continuidade e da posteridade.

    Uma vez uma atriz consagrada, uma diva da dramaturgia brasileira, foi citada por sua filha, numa entrevista, como a sua grande mestra. Quando ainda jovem perguntou-lhe? “O que faz uma grande atriz?”. Disse-lhe a dama do teatro e de outros meios de comunicação: “Filha, nunca jogue para a platéia, pense na posteridade!”.

    Parafraseando a sabedoria da grande atriz é possível afirmar, perguntando: “O que faz um grande estadista?”.

    A visão de que sua gestão passa, deixa prestígio e reconhecimento, mas a obra que realiza só chega à posteridade se cria patrimônios culturais, homenageia talentos e consagra genialidades.

    Numa manhã corriqueira, despertei com um assobio singelo. Logo a melodia me lembrou alguma coisa bem familiar. Como o cântico de um pássaro, trazendo a possibilidade de estar retornando ao ninho. Uma canção de amor indelevelmente guardada no coração de Niterói. Logo a memória trouxe a nítida impressão do refrão:
    “É mesmo um caso de amor - Jorge Roberto Silveira e o povo de Niterói...”
    Pensei: Ninho do Pássaro – a arena que em Pequim abriga os campeões dos Jogos Olímpicos de todas as categorias. Uma obra para a posteridade

    Niterói, a nossa água escondida, será ela o ninho do pássaro campeão? Pássaro que diariamente percorre todos os recantos desta cidade com sua “melodia de amor que ninguém destrói?”

    Coincidência ou não o destino traçou que Olimpíadas e Eleições Municipais estão unidas no Ninho do Pássaro. Lá a Pomba da Paz. E aqui o arauto do Canto de Amor. Quem, melhor do que ninguém sabe a vocação da cidade que se rende ao amor, à lealdade e, sei lá, se a ele também?!

    Que venha Jorge Roberto Silveira ao Ninho que tão bem construiu em nossa cidade. Seu mérito indiscutível o apreço pelo patrimônio cultural, mostrando a todos que governar é, sobretudo, valorizar a memória de uma geração.

    Maria do Carmo Castro Araújo de Queiroz