domingo, 18 de dezembro de 2011

Arco Íris em Mim

Natal 2011

De hábito à vício aí vai uma poesia como presente de Natal para os nossos corações
O arco íris e o Advento são símbolos da aliança divina com o sagrado do ser humano.
Na tradição cristã (sec. IV) o advento palavra de origem latina – uma vinda - celebrava simultaneamente o nascimento e a vinda de Jesus para coroar o propósito de Deus – paz, esperança e alegria para sempre e sempre honrando a Glória e o Poder de Deus. É tempo de refletir...
Lucas: Cap. 02:11 e Cap. 21:27

O ARCO IRIS EM MIM

Criança
Muito
Criança
Olhava pra ele
Encantada...

Feliz
Alhures
Lá estava
A majestade
Das cores

 Entre nuvens
O sol
Adornava
O seu contorno
Gentil

Corajosa
Tentava alcançar
A fronteira
Da luz
Transformadora
Claridade

A luminosidade
Infinita
Inalcançável
Beleza
Apaixonante
Semicírculo
Mágico

Quedava-me
Estática
Nos anos
De juventude
Imaginando
A viagem
Lá além

Entregava-lhe
Sonhos
Quimeras
Amores perdidos
Na tosca
Realidade
Aquém do
Brilho sutil

Pssados
Tantos anos
Ainda sinto
Emocionada
A presença
Inefável
Sentimento
Do Arco Íris
Em mim...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

26 de Setembro - Aniversário de Mentirinha

                Falando um pouco sobre pai e mãe...
Um casal gera filhos e, então a vida se inicia, para estes, é claro!
Seu Allyrio e D. Marita foram os responsáveis diretos por trazerem à existência Geraldo e Maria do Carmo. Ou, melhor criaram “Adi e Minaco”. Obras de arte de família Castro Araújo. Ele médico, ela professora. Cresceram recebendo influências variadas de bom gosto, extravagância, gaiatice, trapalhadas e muitíssimo humor, bom e mau.
Sim, porque o casal fazia questão de sublinhar suas radicais diferenças. Enquanto Allyrio exercitava o timbre barítono de sua voz, Marita caprichava na dança de salão. Um cantor e uma bailarina espectando os dois filhos que acompanhavam as experiências do cotidiano de pessoas honradas, trabalhadoras apaixonadas por política e futebol sempre no eixo Getúlio Vargas e Flamengo, respectivamente...
A “novidade” era o estilo peculiar de papai Allyrio. Sempre trazendo o insólito extraído de seu trajeto do trabalho para casa.
Às vezes era acusado de inventar histórias pitorescas que só ele com sua perspicácia observava para relatar ao chegar em casa. Ou trágicas ou cômicas todos os dias à hora do jantar havia o espetáculo teatral de seu Allyrio. D. Marita costumava dizer: “Faz a festa e solta os foguetes!”.
Tal era o entusiasmo do narrador que até se acreditava mesmo que em seus áureos tempos de juventude fizera teatro em Niterói com a turma do Rádio Nacional. Ninguém menos do que Isis de Oliveira, a talentosa estrela das novelas de rádio, dos anos 40 e 50..., era sua colega de experiências dramatúrgicas amadoras.
Era uma figura o seu Allyrio!? Gostava de fazer mágicas e contar piadas, as preferidas eram as de patrícios de além mar com o auxílio luxuoso de um perfeito sotaque português. Enfim a convivência com ele era uma festa, um show! Em sua coleção de álbuns musicais, juntava o fino gosto pela música clássica ao repertório requintado e afinado da música popular brasileira e internacional. Destaque para as canções americanas e para os grandes temas da música italiana e espanhola. Ao chuveiro entoava “Granada”, soltando o “dó de peito”, abalando até a louça da cristaleira de D. Marita...
Ela tinha lá suas preferências... Estudara piano quando criança e gostava de tocar “La Cumparcita”, um tango argentino que infelizmente só recordava no máximo dois compassos. Todos ficavam na frustração por não escutarem a música até o final. D. Marita abusava de seu imenso carisma para atrair muitos elogios. E, não eram poucos, pois a formosa morena havia sido Miss Itaboraí, em sua juventude. Nas festas de família, havendo piano à vista todos pediam em coro: “Toca, Marita, toca!”.
A história apesar de parecer repetitiva produzia um efeito incrível como se fosse sempre a primeira vez.
Doces anos, da vida em família, onde felicidade, afeto e brincadeiras marcavam os corações e as mentes de toda a criançada. Espalhavam experiências despertando em cada um o desejo de dar continuidade à genealogia e promover outras gerações.
Entre rodopios e cantorias abriam-se as cortinas de um palco onde realidade e fantasia conjugavam harmonia e paz!
É apenas um recorte modesto de uma época onde o olhar infantil reproduzia o sonho de que viver vale a pena e o ser feliz é um compromisso humano pela preservação da comunidade como forma de inclusão e amor.
Os netos não conheceram o seu Allyrio. Quisera a partir dessa faceta de sua vida, possa ser dada a ele a absolvição de seu pecado... Soltou as amarras e foi pelo mundo emprestar seu “bom humor” alhures...
Quem sabe, a verve cultural desse avô não tenha provocado o surgimento dos talentos musicais e artísticos que são atraídos pelos seus descendentes. O palco e a ousadia conjugam arte e alegria no cântico que entoam, e conquistam fãs!!!
À D. Marita, no seu “aniversário de mentirinha”, post-mortem, devolvo seu Allyrio como presente. Num dia de São João com você subiu ao altar e ali fizeram votos de “felizes para sempre”.
E, assim: “Descansem em Paz”.
“Entrou por uma porta e saiu por outra. Quem quiser que conte outra!”

domingo, 12 de junho de 2011

“TÔ PROVANDO DINA!”

11/06/2011
Aniversário de Dina Feliz

Foi ontem
Panelinhas
E fogão
Brinquedos
Da meninada
Miniaturas
De pueris
Mentirinhas

Os quitutes
Exalando
Gostosos
Cheiros
A Fome
Despertando

Lá estavam
Elas
A cozinhar
Dina e Minaco
Treinavam
Ser gente
Grande
A trabalhar

Mais perto
Do fogãozinho
Era hora
De provar
Mais longe
Vigiava Dina
À Minaco
Apressada
E gulosa

Com medo
De tudo
Acabar
Que tanto
Mexe a colher?
Sai daí
Agora e já

Tá fazendo
O que
Minaco?
To provando
Dina
P’ra ver
Se está
Bom de sal!

Que nada
Você está
É comendo
Vou aí
Te pegar!

As lembranças
Trazem
A infância
Ingênua
Etapa
De vida
Onde provar
Era experimentar
Sabor, aroma
Agradáveis
Formas
De diversão

Hoje
Na maturidade
De nossas vidas
To provando
Dina
É ter
No cotidiano
De reafirmar
Posições
Exibir
O tempo todo
Provas
De inocência
E valor

Sobretudo
Provação
Vai além
Do paladar
Limão
Fazer limonada
Tirar
Espinhos das rosas
Com ambos
Encarar
Os dias
A favor
De bênçãos
Sutis
Caminhos
Aos céus
P’ra sempre
A Deus
Adorar

domingo, 3 de abril de 2011

23 DE MARÇO DE 2011 - ONDE ESTÁ O ANIVERSARIANTE?

Relutei, relutei até render-me ao dia 23 de março. Um aniversário sem aniversariante.
Nascido Geraldo Trindade de Castro Araújo. Primogênito filho de Marita e Allyrio. Neto de Celina Alves Costa e Pedro Marianno de Castro Araújo. Aliás, o vovô Pepê foi o grande responsável pelo Trindade que nunca representou o agrado de Dr. Geraldo. Lembro-me dos truques que ele usava para ocultar o que considerava de mau gosto. Usava T. (tê ponto) quem sabe já antevendo o atual ponto com, ponto br (.com.br). Seu Pepe fez promessa à “Santíssima Trindade”. Prá que? Nenhuma resposta o convencia do porque mamãe e papai obedeceram ao “velho...” Coisas de antigamente...!? Eu, por exemplo, sou Maria do Carmo por nascer no dia da Santa – 16 de Julho – dia de Nossa Senhora do Carmo. Até parece coisa do tempo dos descobrimentos – dia de São Roque – ilha do mesmo nome. Recebemos os nossos nomes tais e quais os acidentes geográficos da costa brasileira, no passado distante. Tradição portuguesa???

Bem, voltando ao dia 23 de março. Era o dia!! Quem conheceu o Dr. Geraldo sabe de sua excentricidade... Mais de três pessoas, já significava uma multidão. Todos nós parentes e amigos esperávamos o aniversário do Dr. Geraldo para nos aproximarmos dele.

Só que, por trás desta armadura de mau humor existia um desejo inexplicável de notoriedade e importância. Alguns traduziam sua inacessibilidade como timidez. Outros, como um jeito “ranzinza”. Tudo isso levava, principalmente as crianças a temerem “o monstro”. Mas tarde os netos Gabriela e Lucas desfizeram esse mito. Liberdade para aconchego marcou o relacionamento dos miúdos com o vovô. Era muito lindo ver as defesas do Dr. Geraldo todas abertas aos caprichos de Gabriela, sobremaneira.

O fato é que por onde meu “Adi” transitava seu aniversário sempre era comemorado em alto astral. Na Unimed, onde emprestou seu talento de administrador por muitos anos, às homenagens de 23 de março tornaram-se data certa na agenda da Instituição.

Geraldo desde o seu nascimento já era alguém intrigante. O dia 23 de março de 1940 foi um sábado de aleluia por isso quando crianças eu aproveitava para implicar com ele: “- Há! Há! Você nasceu no dia de malhar o Judas!”. Era um ponto fraco bobo, mas que incomodava e fazia-o perder a pose de poderoso frente a mim!!!.

Esse meu irmão era uma figura! O que tinha de inteligente tinha de misterioso.

O fato é que um certo sortilégio acompanhava sua enigmática “persona”. Muito temido. Muito amado. Muito sério. Muito marcante. Por onde exerceu o seu ofício, surpreendeu e despertou respeito e admiração...

Médico anestesista escolha não muito entendida por D. Marita que esperava dele uma especialidade mais glamorosa como cirurgião, dizia ela. Mas, o amigo Dr. Abílio, quem o convidou para ingressar na equipe, sempre o elogiava por suas qualidades e caráter. Muito realizou pelos companheiros médicos e funcionários em geral e, principalmente por todos os que desfrutaram de sua habilidade como anestesista.

Viveu assim anestesiado contra a mediocridade e a falta de padrão. Honrou o diploma concedido pela Universidade Federal Fluminense onde praticou suas atividades acadêmicas. Teoria, prática e, uma férrea consciência político-ideológica acompanharam sua juventude.

Nesse ano da graça de 2011 o dia 23 de março não teve aniversário. Onde está o aniversariante? Quem sabe na eternidade seremos aptos para decifrar as dúvidas existenciais que envolvem os humanos desde os primórdios da vida. E, então nos reencontraremos com Jesus!

Porém, um consolo nos inspira a continuar no mundo. É que os corações de todos nós que direta e indiretamente estamos ligados a você abrigam a sua memória e vão continuar batendo acelerado por todos os 23 de março que ainda por aqui porfiaremos.

Na perenidade da vida o importante é reconhecer aqueles, os quais por sua trajetória integram a galeria dos benfeitores da humanidade. Pela lisura. Pela honradez de suas condutas. Você é um deles indubitavelmente, meu querido irmão “Adi”.

Que os anjos digam: “Ave Doutor!”.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

PER SEGUIDA

No pisca-pisca
Do coração
A poesia
É a direção
À esquerda
Anunciada

Quem me segue
Neste atalho
Deslumbra
A luz
Incandescente
Clarão

Pra direita
Vou atrás
Da ética
O caminho
Certo
Ou errado
Depende
Qual decisão

Sofisticando
A rima
Sem rima
Reverto
Em frente
Buscando
A inconsciente
Metalinguagem

Ela se
Revela
No uso
Da preposição
Em desuso
Per
Seguida
Nos meandros
Onde
Os versos
Se escondem

Aguardam
De tocaia
Cativando
Todos
Tantos
Quantos
Se tocam
Que
A vida é bela!

Lugar
Comum
Agora inédito
Porquê
Agasalha
A estética
Noite
De vagalumes
Surpresa quântica
Fonte
De inesgotável
Esplendor...

Coração
Ética
Estética
Meu tripé
De existência
Aflita
Por quem
Quer vir
Ligo o pisca-pisca...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

------MERILUCE SEMPRE MERILUCE----------

Presença
De mulher
Faceirice
Bisonha
Figura
Impar
Inesquecível

Risonha
Feliz
Bem-Estar
De bem
Com a vida
Era você

Amável
Companheira
Engajada
Na luta
Armada
Com
Flores
A seduzir

Sentir
O perfume
Importado
Ar
Prenhe
De
Cheiro
Acqua de Fiore

Aroma
Chique
De
Formosa estampa
Deslizando
Com passos
De
Princesa

Estirpe
Histórica
Singular
Mestra
Oferenda
De
Deuses
Do Olimpo

Ensinou
Vida
Aprendeu
Sabedoria
Dos
Alfarrábios
Ditou
A conduta
De
Sua vida

Curta
Existência
Longa
Saudade
De
Todos
Seus fãs

Colega
Porque
Juntou
Amigos
Aprendizes
Das lições
Jamais
Apagadas
Da memória
De nós!

GERALDO – TURMA DE HISTÓRIA

“Podemos não ser eternos, mas somos inesquecíveis”.

Quero lembrar sua presença. Com ela perpetuar seu gesto amigo, generoso e complacente. Todos somos seus filhos. A figura imponente de um pai. Todos somos seus protetores. Figuras gentis de guardiões. Caráter, nobreza, engajamento – entre tantos predicados, a escolha concentra admiração e orgulho.

Ter convivido com você faz de cada um de seus amigos, uma réplica do bem.

Ainda recordo sua risada solta por conta das piadas que reservava com muito carinho, para as nossas reuniões fraternas.

O pulsar de seu coração sempre guiou o compasso das convocações nas festas que inventamos e fazemos para comemorar juntos.

Você “fazia pressão”, enquanto Carmem Eleonora acionava os convites de maneira firme e calorosa.

Voltaremos a estar juntos, mas, não seremos os mesmos sem você... Com certeza vamos procurar ainda ser turma, mas a ausência de Geraldo se transformará em estímulo para continuar a festa. Porque o mais festeiro empreendeu a viagem indo se encontrar com os outros, principalmente a querida Meriluce, ceifada do nosso meio por um descuido no caminhar. Lembro dos dois, animados pelos “papos ideológicos”, às vezes rivais, nas opiniões, mas sempre apaixonados pelos mesmos temas que defendiam.

Essa saudade doída é o corolário das alegrias que compartilhamos.

Geraldo inesquecível escritor cuja pena inspirada, reproduzia segredos inconfessáveis, porém percebidos pela observação soberana e perspicaz feita sobre cada um. Você desvelava o que se escondia de nós mesmos.

Geraldo fazendeiro desvendando e ampliando domínios no solo apropriado para valorizar o fato de ser brasileiro.

Geraldo professor, o companheiro leal que distribuía com entusiasmo saberes e histórias de todos os tempos, com a verve de um doutor.

Seu jeito de jagunço, meio coronel, meio cangaceiro, parecia trazê-lo da ficção para a realidade, como se fosse personagem dos tradicionais filmes da Atlântida, pioneira do cinema nacional.

Continuar amando-o é a homenagem permanente que a Turma de História – 1965 lhe faz nessa hora de dizer, Adeus!!!

Maria do Carmo,
                     Em nome de nossa turma imbatível (!?...)